O CULTO DO SOL E A
ORIGEM DO DOMINGO
De todos os cultos
que o homem tem criado independente de Deus, o culto do sol a todos sobrepuja
por sua inferioridade e degradação. Criam os antigos que sol era a maior força
da natureza, a causa de toda a fecundidade. A procriação, diziam, era a maior
das virtudes manifestas do poder do sol. Daí a poligamia e a prostituição
encherem a terra em homenagem ao deus sol. Sacrifícios humanos faziam também
parte do culto solar.
Toda a terra estava
impregnada do culto do sol. Personagens havia com nomes que os relacionavam com
o culto do sol. Por exemplo: Rameses - Filho do sol. Benhadad – Filho do sol.
Sargon – Príncipe do sol. Mitridates – concedido ao sol, Belshazar – príncipe
de Bel, sol. Nabucodonosor – Nebo protege a minha coroa (Nebo era um nome do
deus sol em Babilônia). E o dia 25 de dezembro era o dia do aniversário do sol.
O culto do sol
penetrou desastrosamente na antiga nação israelita. E os textos aqui apontados
dizem bastante do manifesto desagrado de Deus para com um tal culto que era:
Falso, pagão, político, idólatra, sanguinário, imoral e abominável (Num. 25:1-9, II Reis 10:18-28, Juizes 10:6,
Ezq. 8:13-16).
A infelicidade de
Israel no que respeita a lei de Deus em face do culto do sol, era manifesta.
Lemos em Ezequiel: “Porque rejeitaram os meus juízos, e não andaram nos meus
estatutos, e profanaram os meus sábados; porque o seu coração andava após os
seus ídolos” (Ezq. 20:16).
Note-se que, por
causa do culto idolátrico do sol, Israel rejeitou o repouso do sábado. Disto vemos que o culto do sol tinha outro dia de repouso que não era o
sábado. E isto podemos constatar através dos nomes dados pelo paganismo
do culto do sol aos dias da semana:
Primeiro dia -------------- Dia do sol
Segundo dia ------------- Dia da Lua
Terceiro dia -------------- Dia de Marte
Quarto dia
---------------- Dia de Mercúrio
Quinto dia
---------------- Dia de Júpiter
Sexto dia
----------------- Dia de Vênus
Sétimo dia
---------------- Dia de Saturno
Diante da semana
pagã, é muito claro que o primeiro dia da semana – o dia do sol – era
considerado como dia de repouso semanal pelo paganismo. E hoje, em inúmeros
idiomas, e primeiro dia da semana – domingo – quer simplesmente dizer – dia do
sol. Em inglês, alemão, dinamarquês, norueguês, holandês, seuco, japonês, latim
– o primeiro dia da semana denomina-se “dia do sol”. Isto é prova evidente da
origem pagã do descanso do domingo.
Além desta prova
história da semana pagã, temos outra não menos concludente, que é a do
imperador Constantino, o grande, que, no ano 321, estabeleceu obrigatoriamente
o repouso do dia do sol no império, tanto para os pagãos como para os cristãos.
Sua lei foi expressa nos seguintes termos:
“No venerável dia do
sol, os magistrados e o povo residente nas cidades descansem, e fechem-se todas
os oficinas. Entretanto no campo, as pessoas que se ocupam da agricultura podem
livre e legalmente continuar em suas ocupações; pois muitas vezes acontece que
um outro dia não seria tão apropriado para semear ou plantar vinhas; para que não aconteça que,
negligenciando o momento oportuno para tais operações, se perca a munificência
celeste” (Dada no dia 7 de Março, Crispo
e Constantino sendo cônsules pela segunda vez – Código de Justiniano, Lib. 3,
tit. 12,3; citado na História da Igreja Cristã, edic. de sete vol. Felipe
Schaff, D. D. vol. 3, pag. 380).
A lei de Constantino,
obrigando o repouso semanal do “Venerável dia do sol”, foi verdadeiramente
fundada no desejo dos apóstatas por estabelecerem o dia de repouso do paganismo
em represália ao de Deus. Os testemunhos históricos, seguintes, não podem ser
contraditados:
“São Justino (Mártir
do 2º o século) dá as razões da instituição do domingo (Apolog. 2 c. 25 –
Anglo-American Encyclopedia) e refere como se celebrava. O dia do sol – (domingo)’,
disse, ‘todos os que habitam na cidade ou no campo se reúnem em um mesmo lugar;
lêm-se os escritos dos Apóstolos e dos profetas enquanto o permite a hora” (Enciclopédia e Dicionário
Hispano-Americano, art. Domingo).
“... Tertuliano
(apolog., c.16; ed. Nat. I 13) vê-se forçado a desmentir o erro daqueles que
tomavam o sol como o deus dos cristão, porque estes celebravam o domingo, que
era, para os pagãos, dia dedicada ao sol, não faltavam inscrições nas quais se
comprova que os cristãos chamavam ao domingo dia do sol para dar-se a entender
aos pagãos: Hemera Helioy (Inscrip. em Le Blant, t. 1., p.355) (Enciclopédia Universal Ilustrada, art.
Domingo).
A desculpa dos
cristãos apóstatas em rejeitar o sábado, era, diziam, por quererem romper com tudo
quanto julgavam ser de origem judaica. Porventura ignorariam eles que o sábado
veio do jardim do Éden, 3000 anos antes da existência de um só judeu? Notemos o
que escrevera, Eusébio, bispo de Cesaréia, e contemporâneo de Constantino:
“Tudo que era de obrigação do dia de sábado, nós o transferimos para o dia do
Senhor, que é propriamente ( o dia ) mais nosso, como o mais elevado que é em
categoria e mais digno de honra do que o sábado judaico” (O Sábado, G. Stein Filho, 108).
Depois de
Constantino, que se havia inspirado na igreja da capital do império, para
decretar sua lei dominical-solar, a igreja de Roma procurou, por uma série de
decretos férreos, estabelecer firmemente o descanso do “dia do sol” - o
domingo. Foi a igreja que deu ao primeiro dia da semana e dia do sol, o nome de
“domingo”. O que segue logo são documentos da igreja de Roma defendendo a
mudança do repouso do sétimo dia para o primeiro da semana como um ato
exclusivamente seu, independente das Sagradas Escrituras.
No Catecismo do Adeto da Doutrina Cátolica, lemos: “Observamos
o domingo em vez do sábado, porque a igreja Católica no concílio de Laodicéia
em 364 A.D., transferiu a solenidade do sábado para o domingo”.
Em 589 o Sínodo de
Narbone decretava decisivamente em favor do domingo, o seguinte: “É
proibido, tanto a livres como servis, a godos, romanos, sírios, como a gregos e
judeus,- executar qualquer espécie de trabalho no dia do domingo. Se alguém
ousar proceder em contrário, pagará, se for livre, seis solídeos ao magistrado;
se for escravo, receberá cem bastonadas” (Mansi,
tomo IX, 214 – O Sábado, G. Stein Filho, 111). Daí em diante a igreja católica continuou com seus decretos
e os reis em nome dela, em favor do domingo, até o seu estabelecimento
definitivo em substituição ao sábado de Deus.
No Doctrinal
Catechisn, uma obra inglesa, pag. 101, lê-se:
“Perg. –Tendes um outro meio qualquer de provar que a igreja tem poder para
instituir dias de festa? – Resp. – se não tivesse, não poderia ter efetuado
aquilo em que todos os religionistas
convêm com ela, isto é, não poderia ter substituído a observância do domingo, o
primeiro dia as semana, à do sábado do sétimo dia, mudança para a qual não
existe nenhuma autoridade escriturística”.
O Dr. Eck em Eridion (1533) pag. 78, diz: “As escrituras
Sagradas doutrinam: ‘Lembra-te do dia do sábado para o santificar; seis dias
trabalharás, e fará toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu
Deus, etc’. A igreja porém, transferiu a observância do sábado para o domingo
por sua própria autoridade, independente das Escrituras”.
A imprensa, órgão católico de Sydney, Austrália, de 25
de agosto de 1900, escreveu: “O domingo é uma instituição católica e seus
direitos à observância só se podem defender dentro dos princípios católicos. Do
princípio ao fim das Escrituras não se encontra uma única passagem que
justifique a transparência do culto público semanal do último dia da semana para
o primeiro”.
No “Espelho Católico”, órgão oficial do
cardeal Gibbons, nos Estados Unidos, N° 23 de setembro de 1893, lê-se: “A
igreja católica mais de 1.000 anos antes da existência de um só protestante, em
virtude de sua divina missão, mudou o dia de repouso do sábado para o domingo”.
“O mundo protestante ao nascer (na reforma do século dezesseis) encontrou o dia
de sábado cristão (domingo) demasiado enraizado para se opor à sua existência; viu-se,
portanto, na necessidade de aquiescer com a mudança, o que implicava no
reconhecimento do direito da igreja de mudar o dia, mais de trezentos anos
depois. O sábado cristão (domingo) é, pois, até hoje, reconhecido rebento da
igreja católica como esposa do Espírito Santo, sem uma palavra de contestação
da parte do mundo protestante.
Em Ataque Protestante
Pág. 81, diz o padre Júlio Maria: “Nós católicos romanos, guardamos o domingo,
em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do chefe de nossa igreja,
que preceituou tal ordem do sábado ser do Antigo Testamento, e não obrigar mais
no Novo Testamento”.
Numa carta escrita em
novembro de 1895 o Sr H. F. Thomas, chanceler do cardial Gibbons, respondendo a
um inquérito feito a respeito da afirmação que a igreja faz de ter mudado o
sábado, disse: “Naturalmente, a igreja católica afirma que a mudança do sábado
é um ato totalmente seu... e que este ato é o sinal de sua autoridade nas
coisas religiosas.
Continuar a citar
argumentos católicos comprobatórios de que a igreja romana é a responsável pela
mudança do repouso do sábado para o “dia do sol”, o domingo, seria ir ainda
muito longe.
O próprio
protestantismo confessa que o domingo, procede do paganismo através da igreja
católica. Os argumentos protestantes que seguem são concludentes:
O Rev. T. H. Morer,
da igreja Episcopal em seu livro “Seis Diálogos Sobre o Dia do Senhor” diz:
“Não se pode negar que tomamos o nome deste dia emprestado aos antigos gregos e
romanos, e concordamos em que os antigos egípcios adoravam o sol, e como uma
perdurável lembrança de sua veneração, consagraram-lhe esse dia. E vemos que,
pela influência de seu exemplo, outras nações e entre elas os próprios judeus,
prestavam-lhe homenagem” “De maneira que, sendo o dia do sol o dia em que os
gentios adoravam solenemente aquele planeta e o chamavam Dies Solis, em parte
devido a sua influência particularmente naquele dia, e em parte em respeito ao
seu divino corpo, (como eles o concebiam), os cristãos entenderam
convenientemente guardar o mesmo dia e o mesmo nome a fim de não parecerem
injustamente obstinados e impedirem assim a conversão dos gentios dando motivos
a maiores preconceitos que de outra maneira poderiam ser nutridos contra o
evangelho” (Seis Diálogos Sobre o Dia do
Senhor, pags. 22-23).
O Rev. Edward F.
Wiscox, autor do “Manual da igreja Batista”, numa reunião para ministros, em
Nova York, disse: “É para mim incompreensível que Jesus, vivendo durantes três
anos com os seus discípulos, conversando com eles muitas vezes sobre a questão
do sábado, tratando-a nos seus vários aspectos, ressalvando-a das várias
interpretações, nunca Se referisse a uma transferência deste dia; mesmo durante
os quarenta dias após Sua ressurreição tal coisa não foi indicada. Nem tão
pouco, quanto ao que saibamos, o Espírito Santo que fora enviado para lhes
fazer lembrar tudo quanto haviam aprendido, tratou desta questão. Nem ainda os
apóstolos inspirados, pregando o Evangelho, fundando igrejas, aconselhando e
instruindo, discutiram ou abordaram este assunto.
“Além disto, estou
bem certo de que o domingo foi posto em uso como dia religioso, bem no
princípio da história cristã, pois assim
aprendemos dos pais da igreja e de outras fontes. Mas que pena ter
vindo ele (domingo) estigmatizado com a marca do paganismo e crismado com o
nome do deus sol, quando adotado e sancionado pela apostasia papal, e
dado ao protestantismo como um legado sagrado” (Examinador, citado no folheto: “Contra fatos Não Há Argumentos”).
Depois de fazer
referência a duas autoridades católicas sobre a questão do domingo, diz um jornal protestante o seguinte: “Ora, isso é o que está de pleno acordo
com a verdade bíblica e com a verdade histórica. Honra seja feita às duas
autoridades católicas citadas, que neste ponto estão por cima dos sabatistas.
Não, a igreja católica tem sobre si grande carga de pecados, quanto à
adulteração do cristianismo, mas esse de mudar a guarda do sábado para o
domingo, não lhe faz pêso” (Jornal
Batista, 9 de abril de 1936).
Se quiséssemos
prosseguir indefinidamente, provando que o domingo veio do culto pagão do sol
através da apostasia papal, não nos faltariam mais abundantes argumentos
católicos e protestantes.
Todavia, o cristianismo,
em geral, não diz que guarda o domingo em honra ao antigo culto do “deus do
sol”. Simplesmente diz que o guarda em memória da ressurreição de Cristo.
Entretanto não encontramos no Novo Testamento nenhum texto que justifique esta
pretensão. Os oito textos referentes ao primeiro dia da semana, encontrados nos
evangelhos e escritos apostólicos, se
estudados com interesse, dir-nos-iam que os apóstolos jamais
consideraram esse dia um dia especial e nunca o referiram como “dia do Senhor”
ou dia de repouso.
Esta exposição,
fundada na Bíblia e na história, é evidência irrefragável de que o sinal da
besta-papal, referido no Apocalipse treze, é o domingo – o dia feriado do culto
do sol do paganismo.
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