O CALENDÁRIO E O SICLO SEMANAL
O calendário é o
sistema de computar o tempo decorrido. Duas espécies de calendários são
conhecidas: O solar e o lunar. O primeiro diz respeito ao tempo em que a terra
gasta em sua rota para dar uma inteira volta em torno do sol. O segundo está
ligado às revoluções da lua em torno da terra.
Nosso atual
calendário veio por intermédio de Babilônia, Palestina e Roma. A tradição diz
que Rômulo o primeiro rei de Roma, dividiu o ano em dez meses, seis de 30 dias e
quatro de 31 dias, num total de 304 dias, aliás, 50 dias menos que o ano lunar
e 61 menos que o solar. Numa Pompílio, o segundo rei romano, acrescentou dois
meses ao ano - januaris e februaris, perfazendo um total de 354 dias ou o ano
lunar. Cada dois anos intercalavam um mês, alternadamente, de 22 e 23 dias.
Alguns séculos mais
tarde, Júlio César, reconhecendo as deficiências desse calendário e aconselhado
pelo astrônomo Sosígenes de Alexandria, realizou uma reforma no calendário.
Sosígenes chegara à conclusão de que o calendário apontava um atraso, no
computo do tempo, de 80 dias. Diante disso, Júlio César, por meio de um
decreto, pôs 445 dias no ano 46 A. C. e adotou o ano civil de 365 dias e um
quarto, sendo que de quatro em quatro anos o ano teria 366 dias – a ano bissexto.
Mas, o calendário com a reforma de Júlio César, aumentava o ano solar em 11
minutos e 14,5 segundos. Esta pequena diferença acumulou-se durante os séculos
perfazendo dias. Em 1582, a diferença alcançava já 10 dias a mais no cômputo do
tempo. O primeiro dia da primavera desse ano foi constatado em Roma a 11 de
março em vez de 21. Nesse ano o papa Gregório XIII publicou uma Bula,
subtraindo dez dias do calendário, fazendo com que a sexta-feira, dia 5 de
outubro, fosse datada de 15 do mesmo mês, “e que no fim de cada século se
suprimisse o ano bissexto, a não ser que fosse divisível por 400, como o foi o
1.600. Tal reforma reduziu o erro anual apenas a 26 segundos, erro que ficará
corrigido mediante a adição de um dia a determinado o ano, aí por 4900 da era cristã” (Folha da Tarde, Porto Alegre, 18 de março de 1950).
Outubro
/ 1582
Dom.
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Seg.
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Ter.
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Quar.
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Quin.
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Sex.
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Sáb.
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1
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2
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3
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4
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15
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Foi esta a última
reforma efetuada no calendário.
A semana não está
propriamente afeta ao calendário. Não existe na natureza coisa alguma que
sugira o agrupamento dos sete dias da semana. Nenhum corpo celeste circunvolui
a terra, ou o sol, ou a lua, ou as estrelas ou outro qualquer astro em sete
dias. O siclo semanal, pois, jamais foi quebrado. Seu original permanece até
nossos dias. Quando a reforma Gregoriana do calendário foi efetuada, “foram feitas
todas as propostas imaginárias; só uma idéia não foi jamais apresentada, a
saber: o abandono da semana de sete dias” (Catholic
Encyclopedia IX, art. Lilio, pag. 251). Testemunhos dos mais eminentes
astrônomos atestam que o ciclo semanal jamais sofreu qualquer alteração embora
tenham havido tentativas neste sentido.
O astrônomo Laplace
afirma que “desde a mais remota antiguidade onde se perde sua origem, a semana
prossegue sem interrupção através dos séculos, aparecendo nos calendários
sucessivos dos diferentes povos”. “Ela é, talvez, o mais antigo e
incontrovertido monumento indicador dos conhecimentos humanos. Parece indicar
uma fonte comum de onde se generalizou” (L’Exposition
Du Sistème Du Monde, Vol. I, 35-36, Paris 1836).
“A semana de sete
dias tem estado em uso sempre desde a Dispensação Mosaica, e não temos razão
para supor que quaisquer irregularidades tenham existido na sucessão das
semanas e seus dias desde aquele tempo até o presente” (Diretor W. E. Campbell, Lick Observatory).
“Quando a proposta do
novo calendário foi, não faz muito, apresentada ao Congresso Norte-Americano,
“desenvolveu-se oposição, e uma audiência prolongada se realizou, e muitos
eruditos foram convocados. Vez após vez foi feita a pergunta: ‘Qualquer das
mudanças dos calendários prévios afetaram a continuidade da presente sequência
dos dias da semana?’ Cada um de todos estes sábios responderam: ‘Não’” (Signs of the Times).
Uma figura notável no
mundo da ciência, Emile Picard, secretário permanente da Academia de Ciências,
da França, e presidente do Escritório das Longitudes, conforme um relatório da
Liga das Nações referente à mudança do calendário, na página 51, diz: “Um dos pontos
essenciais é o da continuidade da semana. A maioria dos membros do Escritório
das Longitudes chegou a conclusão de que a reforma do calendário não deve
interferir com a continuidade. Consideraram que seria muito inconveniente
interromper um ciclo que tem existido através de tantos séculos”. No mesmo
relatório, á página 74, o mais eminente astrônomo de Portugal, Frederico Oton,
diretor do observatório astronômico de Lisboa, diz: “Seria muito imprudente
interromper, mediante dias complementares, a continuidade absoluta das semanas
– a garantia única, passada, presente e futura, de um contrôle eficiente dos
fatos cronológicos”.
A observância da
semana pelos judeus, por mais de 35 séculos, é um testamento irrefragável de
sua inalterável continuidade.
Estes notáveis
testemunhos comprovam, que a semana atual é a mesma original da criação. Embora
o antigo Egito tentasse um calendário com 5 dias “zero”, a França
revolucionária um também com 5 dias “zero” e mais uma semana de 10 dias e a
Rússia uma semana de cinco dias de trabalho, contudo a semana original de sete
dias voltou sempre a tomar o seu lugar nestes países.
Ao ser dada no monte
Sinai a lei de Deus, escrita em duas tábuas de pedra, o mandamento do repouso
do sétimo dia testificou de que, até
ali, 2500 anos da criação, a semana não se tinha alterado em nada. Passados
mais 1500 anos, ou seja 4.000 anos da criação, Jesus Cristo, o Autor da própria
semana, atestou, em atestar o repouso do sétimo dia como o repouso estabelecido
na criação, que a semana era a mesma do
Éden de Adão. De Cristo aos nossos dias, como afirmam os testemunhos insuspeitos
citados, não houve nenhuma mudança mundial do calendário que alterasse o ciclo semanal,
a não ser na França e Rússia, o que durou pouco tempo. Nossa atual semana,
pois, com sua atual sequência de sete dias que a compõem, é a mesma semana
estabelecida pelo Criador para o homem.
O propósito deste
assunto sobre o calendário é desfazer o erro de alguns cristãos que, para se
julgarem isentos da obrigação de observarem o sábado do sétimo dia como repouso
de Deus, dizem que o calendário foi mudado e por conseqüência não se pode saber
se o sábado de hoje é o mesmo da criação. São os seus preconceitos contra a
divina instituição do sábado que os levam a lançar mão de todo o subterfúgio
para rejeitar o dia que Deus instituiu como repouso semanal e memorial de Seu
poder criador. Neste mundo de Deus entendem eles poder fazer o que bem lhes
pareça em desatenção ao verdadeiro Senhor do mundo. Acham que podem viver na
terra opondo-se às leis do Criador.
Todavia, a história
bíblica e a secular unem-se para comprovar que a inalterabilidade da semana
através de todos os tempos, equivale a demonstrar a inalterabilidade do dia
semanal de repouso edênico que ela contém.
Aqueles que invocam
uma pretensa mudança do ciclo semanal com o calendário, com o propósito de por
de lado o santo repouso de Deus, usam de deslealdade não só para com as
Sagradas Escrituras como também para com os fatos históricos no que respeita ao
calendário e á semana original da criação.